Tem gente que torce o nariz só de ouvir a palavra “regras”. Acha que é pra controlar, pra limitar, pra complicar. Mas aqui na Feministrampos, a gente aprendeu que regras podem ser, na verdade, um ato profundo de cuidado.

Cuidado com quem tá do outro lado da tela. Cuidado com a mulher que tá começando do zero. Com a que já apanhou do mercado. Com a que tá tentando vender seu serviço pra comprar o pão de amanhã. Com a que trabalha direito e precisa de um espaço ético.

Desde o começo, a gente entendeu que pra uma rede com milhares de mulheres funcionar, a gente precisava de mais do que afeto. Precisava de estrutura. As regras da nossa comunidade são o que mantém esse lugar seguro, organizado e respeitoso. É o que impede que ele vire mais um grupo qualquer da internet. Mais um espaço dominado por ruídos, abusos e atravessamentos.

Tem regra que parece exagerada? Talvez. Mas toda regra nossa nasceu de uma necessidade real. Cada “não pode” carrega uma história por trás. Um post problemático, um limite ultrapassado, um desrespeito que deixou marca. E a gente aprende com isso. E escreve pra proteger.

Seguir as regras aqui é respeitar o trabalho da outra, o seu próprio tempo, e o esforço de quem mantém isso tudo de pé — de forma 100% voluntária, há mais de uma década. É como lavar a louça depois de usar a cozinha coletiva: ninguém obriga, mas todo mundo agradece.

Com amor,

Marianna & Feministrampos